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embuscadamaternidade

Diário de alguém que sonha ser Mãe e tem o difícil papel de tratar a infertilidade por tu.

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Diário de alguém que sonha ser Mãe e tem o difícil papel de tratar a infertilidade por tu.

Sex | 19.10.12

Olá a todos!

Embuscadamaternidade

Não prometo que venho contar muita coisa até porque o meu baby deve estar a chamar-me para lanchar {#emotions_dlg.blink} mas posso dizer-vos que este papel de mãe de primeira viagem tem muito que se lhe diga. Em primeiro lugar e antes de qualquer coisa, estou super apaixonada pelo meu António Maria, e depois vem o segundo lugar AHAHHA, que é o "trabalho" que eles dão...{#emotions_dlg.tongue}

 

Bem mas vou conjtar-vos a história do início para ninguém ficar baralhado.

 

Lá fomos nós de manhãzinha bem cedo, há precisamente uma semana para a Cuf, muito ansiosos com tudo o que nos esperava e ainda mais por aquilo que não sabiamos. O desconhecido é de facto um forte adversário... Eu ia calma, aliás posso dizer que nunca fiquei muito nervosa durante todo o processo.

 

Depois de instalados no quarto, e passado um bom bocado, por atraso da equipa médica, lá me levaram para o bloco. Lá administraram-me a epidural. Confesso que me custou um pouquito mais do que imaginava... Lá estava eu sentada na maca, (é assim que nos espetam a agulha nas costas) sem o meu marido, porque eles não assistem a essa parte a rezar para que tudo corresse bem. Mal me podia mexer com o barrigão e a anestesia parecia demorar uma eternidade a fazer efeito... a certa altura começo com um valente formigueiro na perna esquerda, mas sentia tudo na mesma. Lá tive que me deitar, pois a operação estava prestes a começar.

 

No bloco o ambiente estava fantástico, só tenho maravilhas a dizer da equipa. E ao som de música dos anos 80 (a minha preferida) começaram os preparos. Posso dizer-vos que me lembro de ouvir Bryan Adams e Dire Straits e ainda soletrar algumas letras. Mas aí começava a ficar um pouquinho nervosa, porque sentia tudo o que me faziam... Entretanto entrou o meu marido para assistir, sentando-se ao meu lado, beliscavam-me a barriga e doía, perguntavam-me: "ainda sente isto" e lá respondia eu que sim, com medo que me abrissem a sangue frio. Até que a certa altura deixaram de perguntar e eu só sentia puxões e empurrões e aí percebi que já estava anestesiada.

 

Vieram quatro mãos para cima de mim e por baixo do meu peito carregaram com toda a força. Só me lembro de ouvir dizer, está com o cordão à volta, e em dois segundos o miúdo berrava cá fora. Eu tentei espreitar o máximo que pude, mas a posição em que nos encontramos não permite ver grande coisa. Vi-o de relance no ar, até que chegou o meu momento. Trouxeram-no de imediato à minha cara, e mesmo sem eu conseguir vê-lo deixaram-me dar-lhe muitos beijinhos na bochecha, que senti super macia... Escorreram-me lágrimas, não pude evitar pois nunca senti nada assim, nada... Ainda agora quando me recordo sinto um receio enorme de lhe poder acontecer algo, porque gosto demasiado dele. A isto se chama amor de mãe, o laço reforçou-se logo ali. Depois deo meu marido me dar um beijinho levaram-nos aosdois para outro lado.

A partir daí as coisas foram um bocado mais incómodas, a parte das costuras, o virar-me dum lado para o outro, o sentir de mãos dentro de mim,os puxões, os amassos, os orgãos a serem todos repuxados, enfim... não dói mas a impressão e a força é mais que muita. Claro que eu já só pensava, ele está cá fora, consegui!!!

 

Passados uns bons 30 minutos levaram-me do bloco e trouxeram-no até mim. Esperamos pelo meu marido que veio por outro corredor e juntos seguimos em direcção ao quarto. Deitaram-no na minha maca, colado a mim. Só me apetecia ver-lhe a cara, mas tinha muita dificuldade, e ele já vinha de gorrito, mal sabia se tinha cabelo ou não... Aí já me tinham dado as medidas dele e a pediatra dito que tudo estava bem.

No percurso até ao quarto aguardavam os tios e os avós emocionados. Só me lembro de ouvir a minha cunhada dizer: Vem aí! E veio tudo a correr para a nossa beira. Depois fomos até ao quarto onde começaram os preparativos e eu finalmente vi a carinha dele, e que carinha. É simplesmente LINDO.

 

Esta foi a etapa da cesariana agora vou resumir o mais possível o resto senão o puto chama-me entretanto.

 

Passamos lá 4 dias, 3 noites internados. Eu tive dores, enjoos, vomitos, fraquezas, etc. Imaginava que o meu pós operatório fosse muito mais fácil do que foi realmente, até porque conheço casos de mulheres que simplesmente no próprio dia já pareciam não terem passado por nada. Mas comigo não foi assim e ainda hoje não é. Reagi mal à medicação, em especial à morfina e fiquei triste porque nunca estive assim lá muito bem para receber as visitas e sobretudo para estar com o meu bebé. Que calminho que ele era... era ouviram bem :PP O meu marido pode fazer tudo com ele, dar-lhe o primeiro banho, trocar-lhe as primeiras fraldas e eu nada, simplesmente continuava incapaz de me levantar...

 

Viemos para casa, comigo ainda totalmente combalida, onde tivemos logo o primeiro teste. Durante a tarde ele esteve como hoje, nem se ouviu mas de noite, ai essa noite até me custa lembrar... Foi uma gritaria pegada. Concluimos que as cólicas tinham começado. E hoje apesar de parecer melhor e de noite já conseguirmos dormir umas 3 horas seguidas, costuma queixar-se sempre. As madrugadas são um suplício...

 

Tenho tanto para contar-vos mas por agora vou ficar por aqui... vou-vos dando notícias e sim também já tenho histórias engraçadas dele para contar, uma envolve uma muda defraldas :P Depois conto.

 

Beijinhos e apesar de todos os desafios, medos, angústias, cansaço e dores pós operatórias o nosso filho vale tudo, qualquer sacrifício e estamos aqui babados pela sua existência e prontos para o fazer muito feliz!

 

Até breve, já acordou!{#emotions_dlg.inlove}

 

 

 

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