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embuscadamaternidade

Diário de alguém que sonha ser Mãe e tem o difícil papel de tratar a infertilidade por tu.

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Diário de alguém que sonha ser Mãe e tem o difícil papel de tratar a infertilidade por tu.

Qua | 17.06.15

Operação do pequenote

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Olá a todos! Pois parece que nunca faço o que digo. Não vim nada cá no dia seguinte contar a operação do filhote e cada vez está mais distante até porque as novidades continuam... Mas recuando um pouco na história. .. Os dias que antecederam a operação não foram nada fáceis. Ele teve de deixar de ir ao colégio sob pena de poder apanhar alguma doença e depois não poder ser operado. E em casa acabou mesmo por adoecer e logo no dia em que fui às análises com ele. Um horror. Para além de ter de ir em jejum ter de fazer xixi que só faz na fralda ainda o acto de tirar sangue foi traumatizante. Ele estava com febre e tivemos de ser 4 pessoas a agarra lo. Sendo que esteve o tempo todo ao meu colo encostado contra a minha barriga. O sangue lá se conseguiu a força mas já nem tentei a urina. Fomos para casa e deram uns saquinhos para colar na pilinha para recolher o xixi mas era cada cena cada vez que tentava colocar que desisti. Ele já estava maçado de mais. Conclusao Tomou antibiótico mesmo até ao dia da cirurgia e o teste da urina nem fez mas também não era nada importante. Sexta dia D. Podia comer até as 9:30 a partir daí jejum até as 15:30. Fizemos trinta por uma linha para distrai lo e lá fomos conseguindo. Até que entramos na CUF. Bastou estacionarmos carro para ele começar a chorar

como é possível? ? Nunca ali tinha estado como percebeu fosse o que fosse?

aí eu fiquei tão mas tão angustiada que nem queiram saber. Toda eu tremia e ele só me pedia colo e mais colo e eu dava claro. Leva lo para o bloco não foi fácil e eu fiz questão de estar lá com ele o tempo todo e entrar e acompanha lo até onde pudesse. Bem mas realmente não foi nada fácil. Nunca me hei de esquecer do receio que senti dos olhinhos dele a pedirem me ajuda terrível. Chegada a hora de entrarmos supostamente ele deveria estar na maca desde que saiu do quarto mas nada disso teve sempre ao meu colo. Eu com uma barriga imensa já mal respirava. Deixaram me assistir a anestesia porque ele chorou na marquesa e eu não o quis deixar até adormecer. O que eu não sabia era que a anestesia máscara demorava tanto a fazer efeito. Então éramos uns 4 ou 5 caramelos a agarra lo. Ele.chorava baba e ranho a olhar para mim enquanto o anestesista forçava a máscara. Comecei a vê lo revirar os olhos e comecei a ficar fraca fraca. Ele foi encostado para trás e eu chorei não aguentei a pressão. Nada a ver comigo. Mas as hormonas o esforço e o ver o meu filho tão pequeno a desfalecer foi uma imagem durissima a que os pais não costumam assistir. Mas eu fiz questão. Lá fui consolada pelas enfermeiras e pronto subi até ao quarto. Altura em que começou a situação das análises. .. Só me chamaram quase hora e meia depois confesso que já estava nervosa pois acreditava que era uma cena para meia hora... fiz questão mais uma vez de ir eu até ao recobro afinal o miúdo só me queria a mim. E se a anestesia me tinha custado então eu nem sabia o que me esperava. Desci e quando entrei no recobro ele estava ao colo duma enfermeira ainda meio dopado e com sangue na cara e cateter na mão meteu impressão mas ok só queria agarrar nele. Posso dizer vos que ele quando me viu teve a pior das reacções rejeitou me. Simplesmente mandava me embora magoado por eu te lo abandonado. Ficou agressivo até me bateu eu estava que nem podia. So queria beija lo e ele não deixava o colo da enfermeira. Quando consegui segura lo ele não me largou mais e chorou muito mesmo muito do género de lavar a alma. Estava tão sentido. Tentei acalma lo mas quase sempre em vão. Estive com ele mais de uma hora ao colo nunca me deixou sentar e cheguei a sentir me mal com a pressão na barriga o calor e o esforço de segura lo. Nunca imaginei tal coisa. Ao fim de mais de uma hora mandei chamar o pai senão caia redonda ali mesmo. Eles chamaram e veio a maca. De nada serviu tive de o levar ao colo até ao quarto. A partir daí depois foi sempre a melhorar. Os avós foram visitar e ele descansou. O medico visitou nos e disse que tudo tinha corrido ok e que sempre teve de colocar os tubinhos nos ouvidos pois o AM ja estava com uma perda auditiva de cerca de 30% fiquei escandalizada e cheia de pena dele. Entretanto todos foram embora incluindo o meu marido e fui eu quem dormiu la nao conseguiria deixa lo. A noite dele correu bem e acordou super bem disposto. Eu pensei pensei pensei e passado poucas horas fui internada. Hoje deixo vos esta história mas já tenho novidades da minha mas conto depois que já é tarde e tenho de dormir. Grande beijinho

Seg | 08.06.15

33 semanas cada vez mais próximo!

Embuscadamaternidade

Olá a todos e desculpem esta grande ausência... a minha vida deu cá uma reviravolta que nem sei por onde começar.

O mais importante é que os bebés ainda não nasceram e estão bem. Ainda cá estão dentro.  Algumas pessoas podem pensar, caramba 33 semanas mesmo para gravidez gemelar é pouco, e sim é um facto mas para mim já está a ser bem bom e porquê? Porque diagnosticaram-me colestase gravídica. Provavelmente nunca ouviram falar desta coisa, pois eu também nem sonhava que existia. Mas agora vou tentar começar pelo início ainda que de forma resumida para vos explicar bem o cenário.

Uns dias antes da operação do meu filhote comecei a sentir uma comichão estranha, mais forte que uma simples coceira, por todo o corpo e não só na barriga tipo a pele a estalar como é habitual. Eu sabia que algo não poderia estar bem, mas achava que também não seria nada de especial afinal eram apenas comichões...

Até que uma certa noite me passei completamente (isto aconteceu tudo num espaço de 3 dias) só me apetecia fazer sangue nos tornozelos e nos dedos dos pés, entre outros sítios, tal era a intensidade do prurido. Agarrei-me à net e li sobre a tal colestase. Fui à médica com a certeza que eu iria ter isso, embora estivesse escrito que era uma situação muito rara e um bocado grave.  Mas algo me dizia...A médica mandou-me fazer análises para despistar embora não se acreditasse e no dia seguinte fui repeti-las, pois o resultado não agradava... tudo seria fácil se não tivessem calhado no mesmo dia da operação do AM,  mascontinuando... lá fui fazer a tal análise de manhã e à hora do almoço já andava pela Cuf. Após a cirurgia (noutro post vou contar-vos) recebi o resultado das análises, e um valor estava bem mais alto que o normal pertencia aos ácidos biliares. Eu estranhei e liguei à minha ginecologista/obstetrícia. Ela disse-me que se encontrava na Cuf também a fazer uma cirurgia e que à noite vinha ter comigo. Assim foi.

Estava eu a jantar sozinha, após uma canseira, uma ansiedade, choradeira, enfim um dia terrível  quando ela chegou e me disse: "Maria vai ter que ir já à maternidade e provavelmente vai ficar internada". Eu fiquei em transe, só pensava no meu miudo em pleno pós operatório que ia ficar sem a mãe. Eu respondi: " Hoje é impossível foi a operação do Am e vou ficar cá a dormir com ele..." - ela respondeu - "então amanhã de manhã sem falta."

 

Bem fiquei apavorada. Como ia gerir tudo isto? A colestase é qualquer coisa como um distúrbio no figado, provocado pelo peso sob o mesmo. Explicaram-me que se o valor disparasse teriam de retirar de imediato os bebés caso contrário ficariam sem oxigénio e o final seria trágico, e mesmo eu poderia ter problemas para sempre no figado e outros. Estava preocupada. Mas que coisa que havia de acontecer, tudo tão complicado, que vida difícil...

No dia seguinte antes da hora do almoço ja o meu marido tinha chegado para trocar comigo, fui com a minha mãe ate à maternidade. Lá chegada fizeram-me as cintas, uma ecografia e tiraram-me sangue para novas análises. Comunicaram-me que ia ter de ficar internada pois o valor estava alto e so iriam ter novos resultados na segunda feira, pois era fim de semana e antes nao recebiam. Além de que me iam administrar 4 injecções de cortisona que serviriam para maturar os pulmões dos bebés, para o caso de terem de ser retirados e estarem o mais evoluidos possível.

A minha mãe ficou em transe e eu nem conseguia raciocinar direito só pensava no meu filho a recuperar e sem mim, nunca esteve mal sem mim, só queria a mãe, como iria ser? Mãe dum lado filho do outro e pai completamente perdido no meio de tanta informação para gerir, começa a dar o tilt. Encaminharam me para o quarto e eu pedi à minha mãe que voltassem com a mala, pois não tinha nada comigo afinal saí dum hospital para outro nem a casa fui.

E pronto abreviando fiquei internada de sábado a terça fizeram-me n exames e depois felizmente deram me alta. Com a medicação os valores voltaram ao normal e finalmente podia sair. Agora medicada e com muita atenção ao ritmo de vida, principalmente o colo ao meu filho tinha que terminar entre muitos outros esforços. Conclusão com o filhote em casa ainda impedido de ir à creche fomos todos de malas e bagagens para os avós. Se não fossem os meus pais não sei como teria sido...

Conclusão: o que acontece agora... o internamento aconteceu já há 3 semanas e desde então tenho tido vigilância hiper apertada. Amanhã por exemplo vou saber de novo o resultado da tal análise, que irá dizer se posso continuar em casa ou se terei de ser internada... mas agora ja andamos conformados com esta situação. o miudo tambem ficou bem do problema que tinha e as coisas vão-se compondo dentro da maior trapalhada que possam imaginar.

 

Eu cá estou com uma barriga enorme, maior do que possam imaginar, toda empinada para a frente, quase que caio com o desiquilibrio. Estão os dois de cabeça para baixo há muito. As mexidas são constantes, e bem fortes, Ela é do piorio, apodera-se do espaço todo, não me deixa dormir só me provoca contrações e dores, tenho a barriga sempre deformada,  ele lá está mais pequenino mas espero que bem. devem rondar agora os 1700/1900 kg ja começo a ficar mais satisfeita caso haja necessidade de os sacar.

 

Entretanto sobre a operação do mais velho contarei amanhã. Lembro-me de tudo como se fosse hoje, foi terrível, Um momento que nunca esquecerei, o antes... Mas agora vou ter de ir porque o computador já me está a cansar e estou rebentada e inchada com tanto calor.

 

Grande beijinho e obrigada pela vossa preocupação. Eu voltarei sempre, poderá é ser assim de forma mais espaçada.